O início
Cristiano Ferreira se dedica profissionalmente à música e à guitarra há muito tempo. Seu primeiro instrumento foi o violão, o qual teve contato aos 12 anos de idade na sua cidade natal, Cachoeira do Sul, RS. O aprendizado ocorreu por conta própria, contando com a ajuda de alguns amigos. No ano seguinte já tocava seus primeiros acordes em uma guitarra elétrica e, neste mesmo ano, teve seu primeiro contato com o Blues por meio das gravações dos ícones do rock gaúcho, como TNT e Cascaveletes. Desde então estabeleceu-se um vínculo com o estilo que se mantém até hoje: independente do trabalho que Cristiano esteja envolvido, sua marca bluseira está sempre presente.
Em 94 se estabelece em Porto Alegre, a cidade que potencializa sua paixão pelo Blues e possibilita iniciar sua carreira. As primeiras bandas que integrou mesclavam um repertório de Blues e Rock e tocavam no circuito dos bares locais e festivais de música autoral. A experiência adquirida nestas primeiras bandas o encorajou a ir mais fundo no Blues, formando em 1997 a Black Cat Bone Blues Band. Influenciados pela sonoridade de Muddy Waters e Little Walter, a banda logo adquiriu um grande respeito da comunidade blueseira. A gravação de um CD demo abriu as portas para a participação em vários festivais que ocorreram na época, como o Sesi Verão Blues, o Miller Time Blues e o festival Jazz and Blues promovido pela revista Blues & Jazz, figurando sempre entre grandes nomes do blues nacional. Com a visibilidade, Cristiano começou a chamar atenção dos músicos de blues porto alegresenses pela sua forma diferenciada de tocar guitarra, fortemente inspirada em guitarristas de blues mais sofisticados como T-Bone Walker e B.B King.
Ele passou assim a ser requisitado para atuar no trabalho de outras bandas/artistas do cenário local, o que levou a sua saída da banda Black Cat Bone em 2000. Com os músicos da banda Black Soul (banda de apoio do guitarrista Fernando Noronha) formou a Hot Stuff Blues, passou a integrar a banda do gaitista Andy Boy, gravando seu disco “Blue Mind”, da cantora Flora Almeida, tocando na turnê de divulgação do disco “Não pare na pista” e do gaitista Alex Rossi, gravando seu disco “Let me in”. Em 2005 mudou-se para Florianópolis e logo passa a integrar as bandas locais de Blues.
A carreira solo
Em meados de 2008 inicia seu trabalho solo, chamado Cristiano Ferreira e Trio, assumindo além da figura de bandleader e de guitarrista, a de vocalista. Em 2011 lança o disco Buzz Me, trabalho muito bem aceito pelos apreciadores do gênero blues e a mídia de Florianópolis, rendendo a indicação como um dos discos mais representativos da produção catarinense no ano de 2011 pela Uplist de Marcos Espindola (Coluna Contracapa do Diário Catarinense) e resenhas de importantes jornalistas da área musical.
Com este trabalho Cristiano Ferreira e Trio excursionaram pela região sul, fazendo shows no festival itinerante Santa Catarina Jam Festival (Chapecó, Blumenau e Florianópolis), projeto Confraria do Blues (Porto Alegre), Maratona Cultural (Florianópolis), Chicago Connection (Porto Alegre, Santa Maria, Lages e Caxias do Sul), Projeto UFSC 12:30 (Florianópolis), Acústico Brognoli (Florianópolis) além de inúmeros shows em casas noturnas pelos três estados da região sul.
Paralelo a seu trabalho solo, Cristiano passa a ser convidado a acompanhar artistas internacionais em suas turnês pelo Sul do Brasil: Holland K. Smith, Phil Guy, John Primer, Willie Big Eyes Smith, Bob Stroger, Eddie Taylor Jr., Lazy Lester, Kirk Fletcher, Donny Nichilo, Richard Lee Pryor, Linsey Alexander, JJ Jackson, Henry Gray, Lorenzo Thompson, Omar Coleman, Breezy Rodio, Tail Dragger, Lurrie Bell, Harmonica Hinds, James "Super Chikan" Johnson e Gene Birdlegg figuram na lista.
Além do trabalho solo, Cristiano vem se dedicando a trabalhos com artistas de outros gêneros como o jazz, rock e a música instrumental. Esta aproximação foi uma consequência natural da formação musical que encontrou ao se radicar em Florianópolis, onde teve a oportunidade de frequentar o conservatório de música popular de Itajaí e o curso superior em Música da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). Com estes trabalhos Cristiano excursiona não só pelo estado de Santa Catarina, mas por todo o Brasil, apresentando-se em projetos do SESC, festivais e casa noturnas. Dentre estes projetos de destacam o da cantora e violonista Carolina Zingler, com a qual gravou seus três discos, Butterfly de 2010, Birds Flying High de 2015 e Mantras da Mata de 2018, e com a banda Brass Groove Brasil, gravando os discos Sopro Brasileiro e o disco Sambolê (2018), parceria da banda com o cantor congolês Gloire Ilonde.
Alguns dos projetos que Cristiano esteve envolvido foram agraciados com importantes premiações. Recentemente, em 2015, a banda Brass Groove Brasil levou o melhor álbum instrumental no Prêmio da Música Catarinense pelo seu EP de estréia, e o disco Blue Mind de Andy Boy, o Prêmio Açorianos na categoria melhor álbum de Blues em 2000.
No segundo semestre de 2017 lança seu segundo disco: The Teacher’s Rules, pelo selo Chico Blues Records. Chamado de “professor“ por vários músicos da cena Blues catarinense, nada mais apropriado do que brincar com o pseudônimo e incluí-lo no nome do álbum. Conta com composições inéditas e releituras, mostrando as diferentes influências que Cristiano foi absorvendo ao longo dos mais de 20 anos de estrada. O disco conta com os convidados Luciano Leães (piano e Hammond), Adrián Jiménez (harmônica), Clark Carballo (washboard) e Tomas Oliveira (contrabaixo acústico).
Atualmente Cristiano se reveza nas tarefas de músico, produtor, professor e engenheiro. Além de realizar a produção artística de seu trabalho solo, auxilia também os novos artistas de Blues a encontrar o seu som sem perder a referência dos grandes mestres. Como professor, mantém uma agenda de workshops e aulas individuais onde versa sobre a técnica e a história da guitarra elétrica dentro Blues e outros estilos. Na área da engenharia trabalha na construção de amplificadores valvulados inspirados em modelos clássicos dos anos 50 e 60!